sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

GOLPE ELETRÔNICO - CARTÃO CLONADO


COMO PROTEGER OS CARTÕES

COMERCIANTE - Sempre exigir uma identificação do técnico que faz a manutenção das máquinas;

CLIENTE - Durante a compra, acompanhe o funcionário. Os cartões com chip são mais difíceis de serem clonados. Preste sempre atenção a sua fatura e confira se as compras descritas foram realmente feitas.


GOLPE ELETRÔNICO. Bando itinerante clonava cartões. Grupo preso em Pelotas tinha atuação nacional e desviava R$ 500 mil mensais - LETÍCIA MENDES ZERO HORA, 10/12/2010

Uma ação da Polícia Federal (PF) começou a desarticular ontem uma quadrilha que utilizava um esquema para clonar cartões de crédito que seria responsável por desvios de R$ 500 mil por mês no Brasil. Os criminosos viajavam para diversas cidades do país, onde instalavam máquinas adulteradas e, depois, as retiravam com os dados dos usuários gravados. No Rio Grande do Sul, a quadrilha, com sede no Rio de Janeiro, agia em Pelotas.

Os criminosos enganavam comerciantes ao se passarem por técnicos de manutenção das máquinas para instalar os dispositivos conhecidos popularmente como chupa-cabras.

Os dados eram captados por meio da tarjeta do cartão. Depois de um período, essas máquinas, já com os dados dos cartões dos clientes, eram retiradas dos locais.

Com as informações coletadas, eram produzidos novos cartões de crédito, usados para saques, compras e, em alguns casos, eram vendidos para outras pessoas.

– Esse crime tem como característica a ação em diversos Estados. Eles costumam agir em um lugar por um tempo e, depois, passam para outra cidade – explica o delegado Gabriel Leite, da Polícia Federal de Jaguarão.

Em Pelotas, dois locais foram identificados como pontos de clonagem.

– Sabemos que a quadrilha tinha pelo menos cerca de 20 máquinas no país, então elas podem ter sido instaladas em mais estabelecimentos – afirma Leite.

Ontem, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Pelotas, dentro da operação Sem Limites. A PF apreendeu computadores, pen drives e cartões em residências dos bairros Laranjal, Centro e Areal. Os suspeitos, que devem ser ouvidos hoje, podem ser indiciados por estelionato e formação de quadrilha.

–Vamos verificar se esses computadores continham informações de cartões clonados – diz o delegado Leite

A polícia não descarta, em alguns casos, a participação dos próprios comerciantes e de funcionários dos estabelecimentos. Os nomes dos presos não foram divulgados pela Polícia Federal.

COMO A QUADRILHA AGIA - Com sede no Rio de Janeiro, os integrantes da quadrilha viajavam para outras cidades do país, em ônibus ou aviões, para aplicar o golpe. Os criminosos usavam de um artifício para instalar as máquinas adulteradas no comércio. Eles enganavam o comerciante ao se passarem por técnicos de assistência que fariam uma manutenção na máquina. A polícia não descarta que, em alguns casos, comerciantes ou funcionários saberiam da adulteração. Depois de um período, a quadrilha retornava ao estabelecimento e removia a máquina adulterada, já com as informações obtidas dos cartões dos clientes. Com os dados, os criminosos fabricavam novos cartões. Esses cartões clonados eram usados pela quadrilha para saques, compras e também eram vendidos para outras pessoas.