COMO PREVENIR-SE - ZERO HORA, 06/05/2012
A prevenção a ataques a residências requer cuidados na estrutura da casa e também na rotina dos familiares, tendo em vista que as quadrilhas especializadas nesse tipo de crime buscam informações sobre as vítimas antes de agir.
Entre as medidas recomendadas por especialistas em segurança consultados por ZH, está ter o máximo de cuidado com entregas de correspondências e prestadores de serviço. Para receber encomendas, o ideal é usar um porta-volumes. No caso de serviços – consertos de TV a cabo, medição de consumo de luz, fornecimento de gás etc – deve-se confirmar se a visita foi agendada por um familiar, verificar crachás e, se restar dúvida, ligar para a empresa prestadora do serviço para checar informações. No trabalho, é importante restringir conversas sobre questões financeiras a funcionários de confiança.
Se entender que a residência necessita de vigilância particular, procure uma empresa especializada com registro no Polícia Federal. Evite “vaquinhas” para contratar vigias informais na vizinhança. Há registros recentes em Porto Alegre de casos em que essas pessoas, contratadas informalmente por moradores de uma região, prestaram informações a criminosos.
Na estrutura da casa, a cerca eletrificada é uma das barreiras mais eficazes tanto para inibir ataques incidentais quanto para dificultar ações planejadas. Câmeras de vídeo inibem, mas em alguns casos não evitam a ação de criminosos. Se não estiverem ligadas a um servidor fora da casa, elas podem perder a serventia, pois bandidos costumam levar os computadores ligados ao dispositivo na fuga.
ENTREVISTA. “Só o barulho já assusta”. Aposentado de 75 anos Vítima de assalto
Aos 75 anos, o psicólogo aposentado foi um dos sete reféns do assalto a residência ocorrido na segunda-feira passada em Arroio dos Ratos, na Região Carbonífera.
Segundo ele, o ataque sob ameaças e choques elétricos se estendeu por mais de três horas. Confira trechos da entrevista a Zero Hora:
Zero Hora – Como os assaltantes surpreenderam sua família?
Aposentado – Três deles pularam o muro e esperaram a chegada de cada um à noite. Só eu já estava em casa, no quarto. Não vi nada.
Zero Hora – Quem foi feito refém?
Aposentado – Além de mim, minha filha, meu genro, meus dois netos e suas namoradas. Eu só percebi o que estava acontecendo quando um de meus netos chegou ao quarto com um assaltante. Eu não enxergo direito, então ele disse “é um assalto, vô, é um assalto”. Até pensei que fosse brincadeira, me abaixei no chão, de joelhos, mesmo assim. Então tomei um chute no rosto e meu óculos voou. Fui agredido mais uma vez, depois levado para junto dos outros.
ZH – E o que aconteceu depois?
Aposentado – Todos foram levados para a lavanderia e amarrados. Queriam dinheiro, bateram no meu genro. Deram uns tapas na minha filha. Ameaçavam o tempo todo. Estavam com aquela maquinazinhas de choque. Só o barulho já assusta.
ZH – Chegaram a usá-la em alguém?
Aposentado – Sim, mas nos mantivemos calmos.
ZH – E ficaram o tempo todo dentro da residência?
Aposentado – Não. Nos enfiaram em um carro pequeno, da minha filha, no banco de trás e no porta-malas, e seguiram para um hortoflorestal. Voltaram a nos ameaçar por lá. Levaram minha filha até o nosso mercado, para pegar o dinheiro que tinha lá. Não tinha muito, então ficaram bravos, pois diziam que não cobria nem os gastos com a ação. Depois, com todos nós no meio do mato, jogaram a chave do carro longe. “Até vocês acharem, estaremos longe”, disse um deles.
ZH – E qual era seu principal temor?
Aposentado – Que fizessem algo com as mulheres. A gente sempre fica preocupado com isso, mas não houve esse tipo de abuso. Só agressões mesmo.
ZH – A rotina de vocês mudou depois disso?
Aposentado – Não. Estamos tocando a vida. Ninguém foi ferido mais gravemente, é o que importa.
A REPORTAGEM DE ZH - LEIA A POSTAGEM ABAIXO:
http://blogdainseguranca.blogspot.com.br/2012/05/residencias-na-mira-da-bandidagem.html