sábado, 30 de abril de 2011

GOLPE DO "ADMINISTRAR CONDOMÍNIO"

GOLPE NO LITORAL. Desfalque zera contas de prédios. Administrador de condomínios de apartamentos de Capão da Canoa teria sacado recursos de edifícios antes de desaparecer - CARLOS ETCHICHURY | Capão da Canoa, ZERO HORA 29/04/2011

Síndica do edifício Morada do Beija-Flor, em Capão da Canoa, a técnica contábil Ivete Teixeira Kapp, 57 anos, surpreendeu-se ao deparar com uma dívida de R$ 1,5 mil pela falta de pagamento de água. Extratos bancários enviados pela administradora do condomínio de apartamentos indicavam cerca de R$ 40 mil em caixa, o que não justificaria a inadimplência. Ivete não sabia, porém, que os documentos bancários foram adulterados e que os cofres do condomínio de 20 apartamentos estavam raspados. Como os proprietários do Morada do Beija-Flor, moradores de outros 15 prédios de Capão da Canoa – a maior parte localizada na praia de Capão Novo – podem ter sido lesados.

O caso é investigado pela delegada Walquiria Meder, adjunta da Delegacia da Polícia Civil de Capão da Canoa. Desde que o suposto golpe se tornou público, 11 síndicos registraram ocorrências policiais. Outros cinco prédios cujas contas eram gerenciadas pela Elithe Administradora de Condomínios ainda não procuraram a delegada. A partir dos registros, o desvio alcançaria R$ 277 mil.

– Agora será feita uma auditoria. É possível que o valor supostamente desviado seja maior – diz a delegada.

A polícia foi procurada pelo corretor de imóveis Rafael Bernardes Costa, 27 anos, que se tornou sócio de Paulo Moacir Lopes Pires na Elithe há três anos. Conforme Costa, um fornecedor ligou para o seu celular informando que o cheque de um condomínio no valor de R$ 720 não tinha fundos. Costa consultou as informações disponíveis na empresa e constatou que o prédio dispunha de R$ 100 mil em caixa. Era o primeiro indício de que algo estava errado. Uma segunda pista viria no mesmo dia, quando ele entrou no e-mail do sócio e encontrou a mensagem de um síndico alertando para um outro cheque sem fundos.

– Fui ao banco e vi que as contas estavam zeradas – conta.

Costa comunicou o desfalque aos síndicos de 16 condomínios e procurou a polícia. Para o sócio, Pires, responsável pela parte operacional, teria dito que se “desorganizou”.

– A investigação vai apontar se foi uma trapalhada ou se ele cometeu crime. Esperamos que ele apareça até amanhã (hoje). Por isso, ainda não era o caso de pedir prisão preventiva – complementa Walquiria.

O mau uso dos recursos de condôminos surpreendeu donos de apartamentos, a maioria veranistas.

– Ele administrava o condomínio há uns 20 anos. Era de nossa total confiança – lamenta Ivete.

Antiga administradora fechou suas portas

Síndico do condomínio Louvre, o aposentado Marildo Schirmer, 62 anos, acredita que extratos enviados via e-mail fossem falsificados.

– Pelos extratos do banco que ele nos remetia, nós teríamos R$ 78 mil em caixa. Mas, oficialmente, estamos com a nossa conta zerada. Como ele fazia isso? – questiona Schirmer.

Juíza de Direito na área criminal, a síndica do prédio Mont Pellier faz um alerta para veranistas do Litoral Norte.

– Não confie apenas nos administradores. Os síndicos devem checar os extratos no próprio banco, ir atrás dos documentos – avisa a magistrada, que pede para não ter o nome divulgado.

Ontem, a vice-presidente de Condomínios do Sindicato da Habitação (Secovi), Simone Cargo, afirmou que o desvio pode chegar a R$ 1 milhão.

Zero Hora tentou falar com Pires, mas familiares informaram que ele havia viajado e não estava mantendo contato. A Elithe fechou as portas.

DICAS

ANTES DE CONTRATAR - Antes e depois de contratar os serviços de uma administradora de condomínios, tome as seguintes precauções:
- Procure informações com outros condomínios administrados por ela na região. Peça a relação de todos os condomínios administrados pela imobiliária. Não se limite a conversar com síndicos sugeridos pela imobiliária.
- Busque informações sobre a situação econômica da imobiliária. É possível conferir por meio de uma negativa de protestos.
- Procure informações no fórum da cidade sobre eventuais processos movidos contra a empresa.
- Qualquer tipo de informação é importante.

APÓS CONTRATAR - Mensalmente, as imobiliárias devem enviar o demonstrativo mensal de receitas e despesas do condomínio. O síndico e o conselho fiscal devem analisar o demonstrativo enviado e os documentos em poder da administradora para fazer a checagem das informações.
- Se a administradora informa, por exemplo, o pagamento de R$ 500 de imposto de renda retido na fonte, ela precisa apresentar o documento. Não aceite apenas a informação enviada aos condomínios.

PARA REAVER O DINHEIRO - Simone Cargo, vice-presidente de Condomínios do Sindicato da Habitação (Secovi), sugere que os condomínios ingressem com uma ação contra a empresa para tentar reaver o dinheiro. Bens dos proprietários poderão servir para pagar dívidas com os condomínios.

domingo, 10 de abril de 2011

GOLPE - APLICATIVO MALICIOSO INVADE FACEBOOK

Aplicativo malicioso faz com que usuários permitam acesso a dados cadastrais no Facebook. Golpe promete mostrar visualizações de quantos e quais perfis acessaram sua conta - Barbara Nickel - ZERO HORA 10/04/2011

Um aplicativo que promete mostrar aos usuários quantos e quais são os perfis que têm acessado sua conta no Facebook tem se disseminado desde o inicio da semana. Os mais curiosos acabam acessando o link indicado e permitindo acesso a seus dados cadastrais da rede social.

O golpe já é antigo na internet: Twitter e Orkut também foram alvo deste tipo de ação maliciosa.

Se você é usuário do Facebook, a dica é não tentar usar o recurso "who views your profile", mesmo que o convite chegue por email pelo endereço de um amigo: ele provavelmente está com o perfil infectado.

sábado, 9 de abril de 2011

TERROR EM REALENGO - COMO ABORDAR O TEMA COM AS CRIANÇAS


Chacina no Rio coloca pais e professores diante do desafio de abordar o tema com as crianças. Especialistas ensinam como explicar para os pequenos a tragédia ocorrida na escola carioca - Itamar Melo, ZERO HORA 09/04/2011

A morte de 12 crianças em um colégio do Rio de Janeiro colocou milhões de estudantes brasileiros diante de imagens perturbadoras. O abalo emocional coloca os pais e professores diante do desafio de saber como abordar o inabordável.

A aula de história da manhã de ontem na 7ª série da Escola Municipal Pedro Vicente, em Viamão, deveria ser sobre a Renascença. O massacre cometido na véspera na Escola Tasso da Silveira, no Rio, mudou os planos do professor Robledo Costa.

Ele concluiu que o assunto se impunha e muniu-se de recortes sobre o ataque com 12 mortes. Quando entrou na sala, descobriu que não precisava ter levado nada. Os alunos só falavam na chacina. Costa posicionou a turma em círculo e dedicou a aula inteira à tragédia.

— O Renascimento pode ser tratado em outro momento. O caso do Rio precisa ser tratado agora, quando está preocupando as crianças — contou o professor.

Como na escola da periferia de Viamão, a carnificina cometida na quinta-feira por Wellington Moreira Menezes de Oliveira, 23 anos, percorreu os pensamentos e as conversas de milhões de crianças ontem.

Era inevitável. Pela TV, pela internet ou até mesmo pela conversa entreouvida dos adultos, elas foram expostas a fatos e imagens perturbadores, capazes de gerar abalo e difíceis de compreender. A situação colocou pais e educadores diante de um problema: como explicar o que foge a toda racionalidade?

Psicóloga do Colégio Farroupilha, de Porto Alegre, Luciane Valls reconhece que se trata de um desafio. Por ser uma situação pesada e complexa, que os próprios adultos têm dificuldade de elaborar, exige sintonia fina na abordagem.

Ao mesmo tempo em que é preciso mostrar à criança que se trata de um caso único e isolado, como forma de tranquilizá-la, o pai ou professor não pode dar-lhe uma falsa sensação de segurança e garantir que nunca vai acontecer de novo.


Como pais e professores devem abordar com as crianças o tema do massacre no Rio de Janeiro:

QUANDO NÃO FALAR

— Se a criança não mencionou o ataque nem se mostrou abalada por ele, o que é comum entre as menores, não é indicado que pais e professores abordem o tema, para não transmitir uma angústia que é sua.

QUANDO FALAR

— O adequado é esperar que a criança pergunte. Se ela abordar o assunto, significa que foi tocada por ele e que pode estar vulnerável. Também é importante ficar atento a sinais. Caso o menino ou a menina se mostre introspectivo ou com medos depois de ver cenas do Rio, é importante perguntar o que ele compreendeu e buscar esclarecer as dúvidas.

A IMPORTÂNCIA DE OUVIR

— Um atitude muito importante, no caso de o assunto surgir da criança, é dar espaço para que ela fale. É preciso haver abertura para ela dar vazão ao que está sentindo. Se o adulto desviar do assunto, pode acontecer de a angústia permanecer dentro da criança, virando um medo mais permanente.

A MENSAGEM A PASSAR

— O adulto não deve negar o que houve. Deve reconhecer que aconteceu uma tragédia terrível, mas com o cuidado de colocá—la em perspectiva: lembrar que é a primeira vez que um caso do tipo acontece no país e que não é algo que vá se repetir com frequência. Com isso, pode—se passar segurança à criança.

— Ao mesmo tempo, não deve afirmar que nunca vai acontecer de novo, apenas para tranquilizar o filho. Porque, se houver outro episódio, a criança poderá perder a confiança nele.

COM QUE PROFUNDIDADE FALAR DO ASSUNTO

— Aquilo que o adulto vai dizer depende do grau de compreensão da criança e do que ela perguntar. Crianças menores, de quatro ou cinco anos, terão uma explicação bem diferente daquela destinada a um adolescente, ao qual se podem apresentar detalhes e informações complexas. Uma regra boa é limitar—se a responder o que é perguntado. Às vezes o adulto fala mais do que o necessário para aplacar a curiosidade da criança, criando uma ansiedade desnecessária.

CONTER O PRÓPRIO NERVOSISMO

— Pais nervosos na frente da escola ou vidrados nas imagens da TV, falando apenas no ataque, podem passar à criança uma ansiedade que ela originalmente não tinha. Antes de tranquilizar a criança, o adulto deve tranquilizar a si mesmo.

QUANTO FILTRAR

— Em uma situação como a ocorrida na escola carioca, todos ficam submetidos a um bombardeio de imagens e informações impactantes. Ainda que seja quase impossível, a partir de uma certa idade, impedir o contato da criança com esses fatos, deve—se limitá—lo, reduzindo a exposição dela ao noticiário.

* Fonte: Fontes: Fabiani Ortiz Portella, conselheira da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Luciane Valls, psicóloga do Colégio Farroupilha, Daniela Dal—Bó Noschang, psicóloga e consultora de escolas infantis

terça-feira, 5 de abril de 2011

ARRASTÃO EM CONDOMÍNIO - PREVINA-SE


PORTO ALEGRE/RS - ARRASTÃO NO MONTSERRAT - Informação privilegiada - ZERO HORA 05/04/2011

Pelas informações que a Polícia Civil tinha até ontem, os equipamentos no prédio do Mont´Serrat não falharam, mas foram comprometidos por uma chaga que fulmina qualquer sistema de vigilância: a informação privilegiada. De acordo com o especialista em segurança Gustavo Caleffi, os bandidos sabiam, antes de iniciar o ataque, todos os passos para driblar os recursos contra criminosos.

– Por melhor que seja, por mais recursos que se tenha, o grupo vai conseguir estudar o sistema e vai agir sem erro. Neste caso, não é a toa que eles agiram com 10 componentes. Eles já tinham a informação privilegiada, eles sabiam como atuar – pontua Caleffi.

Essa informação privilegiada, segundo o especialista, normalmente de dentro para fora.

PREVINA-SE - Medidas que ajudam a evitar roubos e furtos em prédios:

CERCAS E MUROS

- O condomínio deve ser protegido por muros ou grades com altura suficiente para dificultar o acesso de intrusos e dotado de circuito interno de TV

PORTEIRO

- A portaria tem de ter dois portões, formando um espaço protegido (eclusa), e contar com passa-volumes.
- O funcionário tem de ficar isolado em uma cabina blindada, sem contato direto com entregadores
- Porteiros devem manter contato frequente com PMs que patrulham a região

VISITANTES

- É necessário exigir documentação de identificação de entregadores e visitantes, mesmo autorizados a entrar pelos moradores
- Nas festas, os moradores precisam entregar com antecedência a lista dos convidados
- Os moradores devem informar a portaria sobre os nomes dos empregados, mesmo os temporários
- Em caso de visitantes desconhecidos, o morador deve verificar a imagem da portaria pelo circuito interno de TV. Se desconfiar, não permitir a entrada. Se for recebido, não pode passar da eclusa

TELE-ENTREGAS

- Só receber encomendas pelo passa-volumes. Se não for possível, a encomenda tem de ser deixada na eclusa e retirada depois que o entregador sair para a rua