sexta-feira, 3 de julho de 2015

CUIDADOS COM OS PIRATAS DA INTERNET



Cuidado com os piratas. Fraudes virtuais crescem 500% em um ano no Brasil; saiba como se defender. Dados do Cert apontam que saltou de 85 mil para mais de 450 mil ações criminosas ou suspeitas de 2013 para 2014

Por: Mauricio Tonetto
ZERO HORA 03/07/2015 - 04h01min



Entre os principais crimes está o golpe do boleto, que lesa clientes inclusive desconectados da internet Foto: Reprodução / Agência RBS

Inspirados em criminosos cibernéticos do Leste Europeu, crackers brasileiros adaptaram técnicas avançadas de espionagem e invasão digital nos últimos anos para desenvolver diversos tipos de fraudes virtuais, uma delas genuinamente nacional: o golpe do boleto.


Preferência para o pagamento de contas no país junto ao cartão de crédito, o boleto desperta grande interesse dos criminosos virtuais, que investem dinheiro e troca de informações com crackers europeus para aperfeiçoar o delito. Por meio de programas maliciosos (malwares) utilizados para infiltração em computadores e modems e para furto de dados, eles lesam empresas, bancos e usuários comuns, até de modo offline (veja um exemplo abaixo).





A gerente jurídica do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), entidade que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet (CGI) no Brasil, orienta as vítimas a procurarem a polícia sempre que desconfiarem de um ataque:

– Quem for lesado deve fazer um boletim de ocorrência para que ocorra a investigação criminal. Uma vez identificado o autor, a vítima tem de entrar com uma ação judicial para solicitar eventuais ressarcimentos.

Não há números sobre a ocorrência desse tipo de crime no país. Sem incluir os boletos, dados do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert) apontam crescimento de 500% das fraudes virtuais de 2013 para 2014: foram 467.621 registros. Os piratas usam páginas falsas de bancos, sites de e-commerce (que registraram aumento de 80%) e páginas fakes, como as de serviços de webmail e redes sociais (aumento de 73%). O monitoramento do Cert também mostra que as tentativas de fraude foram 44% das notificações recebidas pelo órgão no ano passado.



Segundo a Kaspersky, empresa russa produtora de softwares de segurança para a internet que descobriu a fraude, os ataques ocorrem desde 2013 e vêm se especializando. Ainda não há números oficiais de prejuízos.

– Sabemos, pelos casos acompanhados, que é muito dinheiro. São várias gangues atuando, e esse tipo de vírus aparece de diferentes formas. Há situações, inclusive, em que o comprometimento não é no computador da vítima, e sim no roteador. A técnica foi aprimorada nas ex-repúblicas soviéticas – explica o analista de Segurança Digital da Kaspersky, Fabio Assolini.

Prejuízo de R$ 1,2 bi a instituições em 2013

Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) apontam que, somente em 2013, R$ 1,2 bilhão foram desviados de todas as instituições financeiras do país com crimes cibernéticos – golpe do boleto, clonagem de cartões e internet banking. No ano passado, uma empresária de Mato Grosso do Sul perdeu R$ 183 mil por pagamentos efetuados em apenas quatro dias. O banco Santander acabou reconhecendo que foram entregues a ela boletos adulterados.


– A nossa maior dificuldade é o rastreamento das contas que recebem o dinheiro roubado. Eles pulverizam os valores bem rápido, em menos de 30 segundos. Numa lavagem de dinheiro, seria o que chamamos de procedimento de Smurf: o Gargamel chega e os Smurfs se espalham – afirma o delegado da Polícia Civil gaúcha Emerson Wendt, especialista em investigação de crimes cibernéticos e segurança da informação.

Por cerca de R$ 500, “professores” dão aula no Facebook

De acordo com a Kaspersky, para mudar um boleto basta “um pouco de hacking e um monte de engenharia social”. Os criminosos aproveitam falhas em dispositivos de redes – modems ADSL e roteadores domésticos – e injetam códigos que alteram dados. Eles enviam e-mail com links corrompidos e usam ainda servidores DNS (fundamentais para a navegação online) maliciosos e extensões e plugins modificados. Um C&C (Centro de Comando e Controle) atualiza, em tempo real, as movimentações das vítimas.


A primeira geração do golpe tentava alterar o código de barras e a linha digitável da conta a ser paga. Uma nova versão atacou somente a linha digitável. As técnicas mais modernas são agora focadas na web, onde páginas contaminadas infectam roteadores domésticos sem que o usuário tenha conhecimento.

Como a maioria dos boletos é gerada no navegador, o malware se instala e fica pronto para comunicar os criminosos quando palavras como “boleto” e “pagamento” forem digitadas no Google e outros portais de busca. Isso porque os crackers compram links patrocinados para atuar “legalmente”. Além do lucro com o roubo, eles vendem instruções para aprendizes por cerca de R$ 500 no Facebook, em perfis clandestinos.


– A nossa maior dificuldade é o rastreamento das contas que recebem o dinheiro roubado. Eles pulverizam os valores bem rápido, em menos de 30 segundos. Numa lavagem de dinheiro, seria o que chamamos de procedimento de Smurf: o Gargamel chega e os Smurfs se espalham – afirma o delegado da Polícia Civil gaúcha Emerson Wendt, especialista em investigação de crimes cibernéticos e segurança da informação.

– Algumas pessoas ainda procuram na internet boletos com desconto e há sites maliciosos que usam isso como isca. As vítimas mais comuns são clientes de bancos, e em períodos eleitorais e de restituição do Imposto de Renda, o golpe é ampliado. É preciso denunciar para que a Polícia Federal investigue – salienta o especialista em Segurança da Informação Guilherme Macedo.

terça-feira, 23 de junho de 2015

PREVINA-SE CONTRA BANDIDOS USANDO ROUPAS DE CARTEIRO

VÍDEO: bandidos usam roupa de carteiro para assaltar em Porto Alegre; veja como se prevenir Reprodução/Câmeras de segurança

ZERO HORA.  23/06/2015 - 05h04min -


Por: Adriana Irion



Dois casos de ataques a condomínios ocorridos em Porto Alegre entre abril e maio desafiam a Polícia Civil. Mas, ao contrário do que ocorreu na ação contra o Edifício Vivendas Bela Vista, no bairro Rio Branco, em que não há registros gravados, nestas duas ações houve a captura de imagens claras dos criminosos. As gravações servem como alerta sobre como condomínios podem se precaver de assaltos. ZH teve acesso às cenas, que indicam que os dois ataques — nos bairros São João e Bela Vista — teriam sido protagonizados pelo mesmo grupo. A estratégia adotada é usar um homem trajando roupas semelhantes a de carteiro para facilitar a entrada no local. Depois que o falso funcionário dos Correios ingressa, ele dá acesso aos parceiros. Não é possível ver pelas imagens que tipo de armas o grupo usa.


ZH - PREVINA-SE


Orientações da Polícia Civil


– Os criminosos se aproveitam da imagem da “ausência de perigo” que um funcionário dos Correios representa para obter passe livre às dependências dos condomínios.

 
– Nenhuma pessoa vestida de prestador de serviço ou funcionário público (como policiais) deve ter passe livre sem se identificar.

 
– Os moradores devem unificar um procedimento dentro dos seus condomínios, o qual deve ser passado de forma expressa e taxativa aos seus funcionários de zeladoria e portaria, de forma que tenham uma unidade para receber os Correios.

 
– Para evitar contato pessoal, o melhor é a instalação das já antigas caixas de correios (ou caixas postais) do lado de fora do prédio (com a individualização de cada apartamento), nas primeiras grades do imóvel.

 
– Em caso de encomendas maiores, como as utilizadas pelos criminosos, o ideal é não deixar o carteiro ingressar nem sequer na primeira (se houver mais de uma) entrada do prédio. O porteiro/zelador deve fazer toda a comunicação via interfone.

 
– O porteiro/zelador deve fazer contato com o destinatário para saber se a encomenda é mesmo esperada.

 
– Se o morador não for localizado, o ideal é que o zelador/porteiro não receba a encomenda e apenas fique com os dados e informe o morador.

 
– É aconselhável que o próprio morador deixe um aviso na sua portaria de que está para receber uma encomenda de determinado remetente.

 
– Em muitos condomínios, o porteiro/zelador já conhece o carteiro que trabalha na região, sendo prudente desconfiar quando constatar que a pessoa com as vestes dos Correios não é a mesma. Se o suposto carteiro insistir entregar algo, acione o 190.

 
– Se um morador desconfiar de que o condomínio foi invadido, deve ligar para o 190, e evitar ficar exposto.

Procedimento dos Correios


– O uso do crachá é obrigatório para todos os empregados dos Correios. Ali constam nome, matrícula funcional, RG e CPF, além de conter a foto do empregado.

 
– Em caso de encomendas ou outras formas de entrega em que é necessário assinar recibo, é possível deixar os objetos na portaria, desde que o porteiro seja a pessoa designada pelos moradores para recebê-los.

 
– Caso o porteiro não seja a pessoa para receber encomendas, não será necessário assinar documento para o carteiro.

 
– Dúvidas pelo canal Fale com os Correios, no site dos Correios ou ligações pelo telefone 0800-725-0100.

Fontes: Márcio Cesa, inspetor da 8ª Delegacia da Polícia Civil e assessoria de comunicação dos Correios

sexta-feira, 24 de abril de 2015

DOCUMENTOS CLONADOS, O QUE FAZER

DIÁRIO GAÚCHO - 24/04/2015 | 06h03


5 dicas sobre o que fazer em caso de documentos clonados. Delegado alerta que a primeira medida a ser tomada quando se perde os documentos ou eles lhe são roubados é registrar a ocorrência em uma delegacia de polícia



Moradora de Nova Santa Rita e funcionária da Câmara Municipal local, Valdair Moraes Santos, 62 anos, tem perdido o sono com um problema que, segundo ela, não criou. Desde julho, recebe telefonemas com cobranças referentes à compra de um automóvel que nunca adquiriu. Como o nome, o CPF e o número de RG utilizados no negócio coincidem com os seus, ela acredita que seus documentos tenham sido clonados.

A dor de cabeça de Valdair, que costuma acometer outras pessoas, começou em julho do ano passado, quando recebeu um telefonema de uma revenda de automóveis solicitando mais dados pessoais para a compra de um automóvel.

— Eu imaginei que fosse um trote, aí disse para a pessoa: "ah, eu comprei um carro? Então me entrega ele que eu passo meus dados" — lembra ela.


A funcionária do Legislativo começou a ficar preocupada quando, um tempo depois, o funcionário de uma financeira ligou para ela, falando sobre a suposta compra do automóvel, que teria sido realizada em uma revenda da cidade de Rio Grande, e afirmando que ela não estava pagando as parcelas.

— O pior de tudo é que nunca estive em Rio Grande — afirma.

Valdair, então, registrou o caso na Polícia Civil. Em uma agência da revenda em Porto Alegre, ela teve acesso a cópias dos documentos apresentados pelo comprador do automóvel. Para sua surpresa, tratava-se de um homem.

— Como meu nome é comum a homens e mulheres, meus documentos devem ter sido clonados por um homem. Mesmo eu tendo alegado isso, ainda hoje (na quinta-feira, 23), recebi um telefonema de cobrança. Não teve jeito, tive que contratar um advogado para lidar com essa situação, mesmo não tendo culpa alguma, pois nem sei de onde clonaram meus documentos — desabafa.

O titular da DP de Nova Santa Rita, delegado Ireno Schulz alerta que casos como o de Valdair devem ser comunicados imediatamente à polícia.

— Em caso de perda, roubo ou furto de documentos, a primeira coisa que a vítima deve fazer é registrar a ocorrência. Assim, a partir daquele momento, deixa de se responsabilizar pelos documentos. Se forem usados ou clonados, a polícia vai investigar, pois estará ocorrendo um crime de estelionato — explica.


sexta-feira, 20 de março de 2015

O QUE UMA MULHER DEVE FAZER EM CASO DE ABUSO SEXUAL



DIÁRIO GAÚCHO 19/03/2015 | 19h16


Saiba desde onde fazer o registro policial até a quem recorrer em caso de necessidade de ajuda


Carlos Ismael Moreira




O desabafo de uma universitária de 21 anos que sofreu abuso sexual em plena luz do dia no Parque da Redenção, na Capital, que criticou o atendimento policial recebido, abriu espaço para perguntas sobre o que fazer em casos como esse.

Por isso, ZH lista o passo a passo do procedimento desde o registro da ocorrência até a quem recorrer em caso de mau-atendimento e de necessidade de ajuda psicológica, além de explicar o diz a lei sobre o estupro.

> O que diz a lei

O crime de estrupo está qualificado no Código Penal Brasileiro no artigo 213:
"Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso".

Em 2009, a lei 12.015 alterou esse artigo e extinguiu a necessidade de haver penetração para consumação do crime. Com isso, carícias forçadas também são enquadradas como estupro. Além disso, a alteração substitui a palavra mulher, que constava na redação anterior, pelo termo alguém, para permitir que homens também possam registrar ocorrências como vítimas do crime.

> Onde denunciar o abuso

Nas Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (Deams). No Estado, 21 cidades contam com Deams (Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Pelotas, Santa Maria, Alvorada, Bagé, Bento Gonçalves, Cruz Alta, Erechim, Gravataí, Ijuí, Lajeado, Montegengro, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa, Viamão e Uruguaiana).

Nas cidades onde não existem especializadas, a vítima pode procurar qualquer delegacia de polícia para fazer o registro da ocorrência.


> Onde pedir ajuda na Capital


Os seguintes serviços oferecem assistência jurídica e psicológica às vítimas de violência sexual

- Setor Psicossocial do Departamento Médico-Legal
Avenida Ipiranga, 1807
Horário de atendimento: 8h às 18h
Telefone: 3288-2676

- Centro de Referência da Mulher Vânia Araújo Machado (Estadual)

Endereço: Travessa Tuiuti, 10 - Cidade Baixa
Telefones: 0800.541.0803 (Telefone Lilás)
Horário de atendimento: das 8h30min às 18h

- Centro de Referência da Mulher Márcia Calixto (Municipal)
Rua dos Andradas, 1643, 3º andar - Centro
Telefone: (51) 3289.5110
Horário de atendimento: das 8h30min às 12h e 13h30min às 18h

- Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública do Estado
Rua Caldas Júnior, 352 - Centro
Rua Sete de Setembro, 666 - Centro
Horário de atendimento: 9h às 12h e das 13h às 18h
Telefone: 0800 644 5566
Atender casos de solicitação de medidas protetivas de urgência (afastamento do agressor do lar, proibição de se aproximar da vítima, entre outras), pedidos de prisão (para descumprimento da medida protetiva) e ajuizamento de ações na área de família (divórcio, alimentos, guarda etc). O atendimento é presencial.